quarta-feira, 15 de abril de 2009

As diferenças culturais do sertão nordestino

Baseado em histórias de família que ouvia quando criança, Marcelo Gomes acalentou durante sete anos, quatro dos quais buscando as verbas necessárias, a idéia de falar sobre esse encontro inusitado, sobre esse diálogo entre seres de culturas e visão de mundo tão diferentes.
Uma ficção, mas a narrativa por vezes assume a postura de documentário. E em alguns momentos realmente é: as pessoas que, deslumbradas, assistem ao filme projetado pelo alemão estão realmente vendo uma projeção cinematográfica pela primeira vez. Essa é a população de Picote, uma das quatro cidades do interior da Paraíba onde o filme foi rodado. As outras são Patos, Pocinhos e Cabaceiras.
Marcelo Gomes construiu um produto diferente da maioria dos filmes atuais, que costumam ter uma temática mais objetiva, uma câmera mais agitada e uma montagem mais nervosa. Este é um filme que nos convida à contemplação, à observação, sobretudo do ser humano em relação ao seu ambiente.
Contemplado em 2005 com o prêmio do Ministério da Educação Nacional da França, que faz parte da política governamental de educação para e pela imagem. Na entrega do prêmio, foi enfatizada a dimensão pedagógica do filme, indissociável de suas qualidades artísticas, que, ao relatar o trajeto dos personagens, podia levar os alunos a questionarem sobre seus próprios caminhos.

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