sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mais um ano sem dinheiro para reajuste dos professsores de Natal


A camarada Justina Iva bateu o martelo e deu como fato consumado de que não existe dinheiro para pagar reajuste e promoções dos professores da Rede Municipal de Ensino. Os motivos são os mesmos da ex-prefeita, Micarla de Sousa, a de que não existe dinheiro. E, caso se tente fazer um rearranjo cairá na camisa de força da Lei de Responsabilidade Fiscal e, consequentemente no crime de improbidade administrativa.
Isto foi o que ela falou na reunião com os diretores que vem acontecendo nas quartas-feiras, e assim será transformada em reunião ordinária. Na mesma reunião a secretária anunciou uma série de ganhos para a educação. Construções de 14 CEMEIs, climatização de todas as salas de aulas das escolas e quadros digitais. A Secretária garantiu que são recursos federias e estão garantidos.
Agora eu pergunto. Quando teremos reajustes salariais? Quando aparecerão estes recursos? No próximo ano, que é de Copa do Mundo. Aliás, o mesmo dinheiro que falta para melhoria salarial ao pagamento dos servidores públicos não faltou para as construções de elefantes brancos tipo o Arena das Dunas. Ninguém se atreveu a protestar que o dinheiro gasto com este elefante branco seria bem mais aplicado em outros setores da sociedade. Afinal são impostos pagos por cada um de nós, que contribuímos comprando pão, açúcar, arroz e café.
Mas, se os homens públicos não fizeram nada, qual seria a nossa posição? Deveríamos ter feito alguma coisa. Também não fazemos. O fato é que nós esperamos por uma força paternal que nos proteja. Delegamos poderes. Ao vereador, ao prefeito, aos promotores, aos juízes. Nosso compromisso se resume a votar. A falsa democracia.
Nós esquecemos que num grupo social existe correlação de forças. Nela, vence quem for mais forte e mais organizado. Os trabalhadores, sem dinheiro, se organizam em sindicatos. Eles são o único canal de luta. Empresários e industriais se organizam em federações, associações e confrarias. Com dinheiro, eles não precisam ir ao corpo a corpo na rua. Pagam páginas em revistas, jornais, anunciam em rádio, televisão. Compram “capachos”, dão doações às instituições de caridades, igrejas, entre outras ONGs. Prometem crescimento profissional, etc. Quem recebe, sabe o que acontece? Fica com rabo preso, silencia!
E agora, o que fazer diante deste quadro? Lutar ou desanimar. A luta será desigual, difícil de ser vencida, mas é um foco de resistência. É uma ameaça a ser observada por quem detém o poder.
 Não oferecer resistência, é escancarar as portas para que eles cresçam, se estruturem, e se transforme numa espécie de rolo compressor. Digo isto porque vivi na prática o sentido disto. Morei no interior do Estado e minha mãe era professora. O cacife político de lá fazia com minha mãe e com os outros funcionários públicos o que queria. Naquele tempo eram os temíveis anos da ditadura militar, que perderam força nos anos 70. Porém, agora, ressurge uma nova, agora não militar, mas econômica e judiciária, Ou seja, os trabalhadores se rendem aos salários miseráveis e as decisões judiciais, que são injustas aos menos favorecidos. No ano passado, a Justiça deu causa em favor de Micarla, e depois viram no que deu. Aliás, o que vai acontecer com Micarla? Se ela, e sua equipe não foram incriminadas, tudo não passou de uma armação contra a mesma?

Nenhum comentário:

Postar um comentário