sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Artigo. Uma história realista

Imagine que, um dia, o nosso mundo seja surpreendido pela invasão de seres extraterrenos do planeta Kronck (que acabo de inventar). Os krokrianos são fisicamente iguaiszinhos a nós, humanos, mas possuem uma tecnologia militar superavançada.
Eles saltam dos discos voadores e nos lançam um olhar de desprezo. Depois nos avisam que acabam de descobrir um novo planeta; a nossa terra! Ou seja, a partir de agora, eles são os descobridores e se consideram no direito de mandar em todo o mundo.
Caçoam da gente de nos tomam por primitivos, próximos aos macacos ou insetos. Para eles, as músicas, as comidas, os livros, os objetos e os filmes humanos não valem nada. Botam fogo em tudo, derrubam os prédios mais bonitos, acabam com os jardins. Depois, dizem que nós, humanos, somos criaturas inferiores, incapazes de apreciar o belo, de manifestar sentimentos elevados, de amar a verdade.
Os humanos são escravizados e obrigados a trabalhar a vida inteira nas plantações que os kronkrianos instalaram aqui a Terra. Todos nós sejamos brasileiros, norte-americanos, japoneses, russos ou indianos temos de falar o idioma kronkriano, vestir roupas da moda kronkriana e venerar os deuses deles.
Nossas cidades são arrasadas para que construam o que chamam de ‘benfeitorias’. O Oceano Atlântico é transformado num pântano porque suas águas foram drenadas para os aquários do imperador Kronk, dito ‘o sábio’.
Os humanos tentam se rebelar, mas, as armas kronkrianas são superiores às nossas. Eles reprimem com violência. Torturam e matam inclusive crianças. Vazam olhos, castram, cortam gargantas. Fazem isso com prazer, matam em nome de seu deus. Não temos a menor chance.
O kronkrianos transmitem doenças que eram desconhecidas na Terra. Nosso organismo não desenvolveu resistência a elas. A peste krokriana matam bilhões de seres humanos, impiedosamente.
Continuemos o pesadelo. Passam-se séculos. Quase todos os humanos já morreram. Os poucos que sobreviveram tentam sobreviver na única área permitida a eles: o deserto da Amazônia, uma antiga área de floresta equatorial que foi devastada por empresas madeiras kronkrianas.
Nas escolas kronkrianas, os estudantes aprendem que, um dia, no ano de 1208 a. K (antes dos kronkrianos), os bravos pioneiros descobriram o Planeta Azul nº 3. Esses heróis do passado submeteram os selvagens humanos, que eram hostis. Trouxeram a civilização. Eram os conquistadores.
Nos filmes, os mocinhos kronkrianos atiram nos humanos para salvar as donzelas kronkrianas dos ataques dos bandos de humanos. E, quando algum kronkriano suja a rua ou rasga uma poltrona do cinema,as pessoas comentam. “Que coisa horrorosa, parece até um humano”! Adoram gracinhas preconceituosas do tipo “Quando um humano não faz cocô na entrada, faz na saída”. Os kronkrianos ricos detestam praias e clubes lotados de kronkrianos pobres, a quem comparam com “essa humanada nojenta”.
Até que um belo dia, os geólogos kronkrianos descobrem ricas jazidas de minerais no deserto amazônico. Em áreas de reserva humana. Não importa. As empresas kronkrianas se deslocam para lá e não hesitam em roubar as terras e agredir os humanos. Os jornais kronkrianos, contudo falam que “o progresso chegou à região”.

#A foto acima é das ruinas da missão jesuíta de São Miguel, Extremz(RN). Um dia os kronkrianos estiveram lá. Olha o que restou? Até sua memoria, os pós kronkrianos estão deixando morrer.

#Smidith Mario. Uma história crítica. 6ª série, Editora Nova Geração, 1999, p. 146-148.

www.wlisses-cienciasdareligiao.blogspot.com/


Aconselho assistir aos filmes

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