sábado, 21 de fevereiro de 2009

Cafundó: análise do discurso e sincretismo religioso no Brasil

Diretor: Paulo Betti | Clovis Bueno: Elenco: Francisco Cuoco | Alexandre Rodrigues | Flavio Bauraqui | Leandro Firmino | Luis Melo | Valeria Mona | Leona Cavalli | Chica Lopes | Lazaro Ramos. Brasileiro, com duração de 102 minutos. Legendas em espanhol, francês, inglês e português.
Cafundó é uma crônica romanceada inspirada na vida real de João de Camargo, homem simples e ingênuo. Preto Velho milagreiro, ele viveu no Brasil no final do século XIX e início do século XX em Sorocaba, ponto principal do caminho das tropas que integrou as regiões Sudeste e Sul do Brasil. Escravo liberto, João de Camargo sofre o impacto do advento da modernidade e suas transformaçãoes políticas e econômicas, com a chegada da abolição, da república, da luz e da industrialização.
Este filme é muito importante para as disciplinas de cultura brasileira e quem pretende trabalhar na linha do sincretismo religioso. O filme também pode ser aproveitado para a compreensão do discurso religioso, ou seja, de como uma cultura constrói valores mentais. Tanto assim, que uma poesia falando da força da linguagem na cosntrução do social. "Tudo é linguagem, sem sacanagem...". Ler Peter Berger, "O dossel sagrado", ajuda a compreensão da força do discurso na objetivação da subjetividade humana e vice versa.Ou seja, a objetivação, internalização e subjetivação, a qual, dialeticamente constrói outras formas de ver o mundo. Em tempo, isto está subtendido no filme, não sendo, portanto, um discurso direto, mas uma forma de sua melhor compreensão.
Quanto a formação cultural brasileira, mais precisamente o sincretistmo religioso, aí sim, o filme é bem direto. Uma entrevista com Paulo Betty e outra com Florestan Fernandes, no menu "especial" deixa bem claro o objeto de estudo do diretor. Quando estava cursando, este filme me ajudou muito nas disciplas de Cultura Religiosa, com o professor Genaro Camboim e também para quem pagou a "Religiosidade Popular", com a professora Irena Van Den Berg.

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